sábado, 26 de novembro de 2011

Gerando novos leitores de quadrinhos


No dia 20 de agosto foi anunciado – e tomei conhecimento pelo Facebook
– um evento que me chamou a atenção pelo seu formato. Chamava-se
“Atentado Cultural” e basicamente consistia em que cada um dos
participantes nesse dia escolhesse um livro e o ‘esquecesse” em um
ponto de ônibus, banco de praça, shopping etc, de forma a fazer com
que a cultura circulasse através das obras.

Achei a idéia muito interessante e participei, deixando “esquecido” em
um supermercado um livro sobre o Império Romano.

Feito isso, a ideia permaneceu na minha cabeça. O formato me pareceu
muito interessante mesmo. Doar cultura. E faz muito sentido, já que
visa espalhar, ainda que de forma desordenada, o conhecimento.

O fato é que se uma criança ou adulto tiver em função desse tipo de
iniciativa o acesso a mais cultura já estaremos no lucro. E pode não
parecer aos céticos, mas é um evento que pode gerar novos leitores de
livros e, com isso, esquentar o mercado editorial.

Pois bem. Fiquei pensando em quanto custa um livro. Livros não
costumam ser baratos e, até por isso, muitas pessoas empacam na hora
de se desfazer deles. Especialmente aquelas que gostam de livros e
seriam os protagonistas de uma campanha desse mote.
Depois pensei em quanto custa um GIBI.

Aí imaginei o seguinte: uma campanha semelhante em que os
participantes gastassem por exemplo R$ 3,50 em um gibi de banca – que
é bem mais barato do que um livro – ou em outra obra de HQ
independente. Enfim, que essas obras fossem igualmente “esquecidas” em
bancos de ônibus, pracinhas, etc e lá ficassem à espera de um leitor.
Será que um movimento dessa natureza não seria o modo de conseguir
novos leitores para o nosso mercado de quadrinhos?

Lanço essa ideia que pode ser do tamanho do bolso de cada um. Vai
comprar um gibi, leva um Cebolinha junto e “esquece” lá na esquina
para ser encontrado por um novo leitor, aquele que amanhã poderá ter o
poder de compra para ajudar a sustentar nosso mercado editorial de
quadrinhos.

Eu posso até usar um argumento muito bom aos descrentes. Pense bem,
você que adora gibis e quadrinhos: como você chegou ao seu primeiro
gibi e tomou gosto pelo hábito de lê-los, ganhando ou comprando gibis?
Aposto que começou ganhando, tomou gosto e depois passou a comprar.

Assim deve ser com os demais futuros leitores de gibis do Brasil.
Vamos pensar nessa idéia: aquecer o mercado doando gibis.

Eu só não simpatizo com o termo “atentado”. Acho que podemos pensar
num nome mais bonito para esse tipo de prática. Aceito sugestões, deixe a sua nos comentários.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Viva a República!

No dia 15 de novembro de 1889 foi proclamada a república no Brasil. Esta cena é a do cerco do quartel general do alto comando da Monarquia que se rendeu quando os próprios soldados do Exercito Brasileiro se recusaram a lutar entre si.

Bom feriado para todos!

domingo, 16 de outubro de 2011

Desenhos Trabalhosos


Esta ilustração fez parte de um pacote de diversas ilustrações para uma coleção de livros de inglês.
Foi um trabalho que chegou até mim por causa da Revista MAD - explico - é que na época eu fazia muito uma seção de Jogo dos 20 erros que era uma página dupla com muitos bonecos fazendo um monte de coisas, e que tinha de necessáriamente ser confusa, "entulhada" de elementos na composição.
Neste caso o Autor do livro viu uma dessas páginas e me contatou para fazer um trabalho que era brifado assim como está desenhado, tudo por escrito, elemento por elemento.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Professor Adolpho


Acho que todo cara que desenha ou vive de funções relacionadas a desenho tem na memória alguém que lhe deu o primeiro incentivo. Muitas vezes esse incentivo pode sair de dentro de casa, através da escola ou até na qualidade de uma primeira chance de trabalho.
Quando eu era criança, houveram duas pessoas que contribuíram para o meu desenvolvimento como artista.
Lógico, estou excluindo dessa lista meu pai e minha mãe que nunca me obrigaram a ser o que eu não queria e também não ficaram cobrando que eu fosse um sucesso no meu ramo de imediato.
As duas pessoas que eu não vou esquecer mesmo nessa fase de minha vida, aos 12 anos, foram minha madrinha (que era secretária e taquigrafa e por isso gastava muito papel no seu trabalho, ela juntava calhamaços de papel e mandava pelo meu pai e por isso eu tive papel em grande quantidade para experimentar o prazer do desenho, obrigado madrinha!) e o Professor Adolpho de Carvalho.
Como o próprio nome diz, ele foi meu professor de desenho no ensino fundamental. O Professor Adolpho foi naquele momento para mim o incentivo maior. De aura misteriosa, ele tinha um Aero Willys vermelho de capota branca, era brincalhão e sério ao mesmo tempo, era um desenhista vapt-vupt , antes de você pensar ele já tinha terminado o desenho, e um pouco exagerado na hora de me incentivar.
Eu gostei, claro: Ele me liberou de provas e notas , me ofereceu uma caixa de giz e o quadro negro e passei um ano inteiro desenhando livremente enquanto a turma seguia com a aula convencional.
Tem colega meu da área de desenho que quando conto essa história fica espantado, e de fato esse incentivo me transformou numa figura da escola, e eu era, a não ser na hora de desenhar no quadro negro, uma criança muito tímida.
Através do professor Adolpho eu publiquei meu primeiro desenho ( esse foi o primeiro mesmo) em 1977 aos 14 anos na revista Traço.
Ao mesmo tempo em que eu tomava conhecimento de que o meu valor existia o afastamento do convívio social da turma foi assim quase natural.
Eu só voltei a me sentir uma pessoa comum, inserida no grupo, ao chegar na Escola de Belas Artes da UFRJ onde todos desenhavam, mas misteriosamente e de forma muito inquietante eu passava aos colegas uma autoconfiança desproporcional ao que eu tinha de técnica e talento naquela época.
Se alguém me perguntasse porquê eu me sentia tão confiante para desenhar qualquer coisa eu respondia: - Sabe, eu tive um professor, era o Professor Adolpho de Carvalho e contava essa história arrepiante de incentivo extremo.
Eu aconselho os jovens desenhistas que me escrevem a mostrarem o seu trabalho, não serem tímidos na hora de exibir seus desenhos, acho que a timidez já enterrou muitos artistas talentosos, não que não possamos ser tímidos, podemos sim. Mas na hora certa.

Matéria publicada originalmente em 25/05/2003

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

ILUSTRA-TE OU MORRA!

por Emmanuel Fraga
(extraído do Tibanews 28/07/2003)

É, pois, conveniente, para início desse artigo, lembrar que ilustrar vem do latim illustrare, tornar ilustre, glorificar. Ao mesmo tempo, significa esclarecer, elucidar e instruir. Desse verbo provém o termo illustratione, ilustração. Esse breve recurso à etimologia — que pode parecer pedantismo para alguns — faz-se necessário, na medida em que pretendo demonstrar que o verdadeiro sentido de uma ilustração é capaz de superar com sucesso a identificação sumária e corriqueira com uma gravura ou desenho.
Longe de representar um papel secundário frente a um texto, uma ilustração tem a sublime (e ingrata!) missão de servir-nos de convite ao esclarecimento e à reflexão. Nesse sentido, o verbo illustrare é absolutamente reflexivo, pois aponta para o ato de ilustrar e ,simultaneamente, de ilustrar-se.
Outra referência saborosa dessa atividade é o sentido a ela atribuída pela religião. Em sua significação divina, ilustração é o mesmo que inspiração. A arte do ilustrador consiste, para os religiosos, num estímulo ao pensamento e à própria atividade criadora, cuja fonte encontra-se na inspiração proporcionada pelo Divino.

Na Filosofia, por outro lado, a Ilustração representa um dos mais importantes movimentos e períodos do pensamento ocidental moderno: o Iluminismo. Os filósofos desse período (séc. XVIII) defendiam que a razão humana deveria se libertar de todos os preconceitos e superstições e seguir em direção a um modus vivendi condizente com a modernidade. Para pensadores como Immanuel Kant: “ o Iluminismo é a saída do homem de sua menoridade de que ele próprio é culpado” (A 481). Segundo ele, somos culpados por nos deixar tutelar por professores, jornalistas e comentadores que — intencionalmente ou não — acabam por privar-nos do prazer de interpretar, por nós mesmos, o mundo e os acontecimentos a nossa volta. E, fazer isso, implicaria em abdicar da nossa liberdade: é, portanto, um caso de vida ou morte.
Quando vemos uma boa ilustração, devemos encará-la como um testemunho em defesa da liberdade e da autonomia do pensamento, pois esta ultrapassa e muito a visão particular do artista responsável pela sua criação. Representa, antes, como já disse, um convite à instrução, à iluminação e — por que não? ­— à filosofia.

Dito isso, não será difícil justificar o porquê de minha escolha por essa arte em meu site (www.filonet.pro.br). Nos quatro cantos desse enigmático e provocante veículo digital, é possível encontrar as ilustrações de Tiburcio e de outros artistas nacionais. Além do óbvio aspecto intimista proporcionado, as ilustrações integram-se perfeitamente à fluidez necessária a uma página da Web, tornando-a leve e atrativa. Como todos devem saber, estimular alunos a pensar de modo autônomo em uma sociedade cujo modelo educacional ainda encontra-se alicerçado na repetição a-crítica das idéias de poucos privilegiados não é uma tarefa nada fácil. A melhor saída, creio eu, consiste em cativar os nossos jovens primeiramente pelo seu sentido mais desenvolvido: a visão. Com seus olhos “presos” à tela, instigá-los a refletir transforma-se em um prazeroso desafio. E, nesse sentido, não seria piegas dizer que uma ilustração vale mais do que mil palavras!

PS: Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao Tiburcio por esta oportunidade. Aproveito, também, a ocasião para parabenizá-lo pelo excelente trabalho e dedicação prestados através de sua divertida arte. Valeu!

Emmanuel Fraga é formado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e especialista em Informática Educativa pela Universidade Castelo Branco (UCB-RJ). Ministra aulas de Filosofia no Ensino médio da Rede Pública, além de fazer parte do quadro de professores do Curso de Pós-graduação em Informática na Educação da UCB-RJ. Nas horas vagas, gosta de ler uma boa história em quadrinhos de super-heróis.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Novo Mascote para o Hotel Sonata de Iracema

Esta é a nova mascote do Hotel Sonata de Iracema que entregamos neste mês de setembro. Ela é super romântica e foi criada tomando por ponto de partida a logo do Hotel, que por sua vez toma por inspiração aqueles avisos de "não perturbe" que se pendura nas maçanetas.
A parte mais curiosa dessa mascote, toda em vetor, é o aproveitamento da logo que convenientemente deixou o espaço para se criar em cima.
O Hotel Sonata de Iracema faz parte do Grupo de Hotéis Othon. Outra curiosidade muito legal é que eu aprendi a desenhar - ou desenhei enquanto criança - em papéis da Othon, pois recebia-os da minha tia que trabalhava lá na matriz da empresa como secretária e taquígrafa.
Acho que dá pra notar que eu gostei muito de fazer essa mascote.

Se você quiser conhecer outras mascotes que fiz para outros clientes basta visitar a minha Galeria de Mascotes no site Tiburcio Illustrator.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O Mensageiro Paulo Bregaro


Em 1822 José Bonifácio recebeu carta em que as Côrtes portuguesas ordenavam a volta de D Pedro I a Lisboa e que a partir de então o Brasil voltaria á condição de colônia.
J.B., manda essa mensagem a D Pedro que estava em São Paulo através do mensageiro Paulo Bregaro que semelhante ao corredor Maratona da Grécia Antiga, cavalgou, trocando de cavalo várias vezes até encontrar o príncipe.
Pois é, essa ilustração do Paulo Bregaro teve de ser retirada do livro “A Independência do Brasil” de André Pereira- Editora Ao livro Técnico por falta de espaço. Todavia a publico aqui no Blog em homenagem aos mensageiros esquecidos que salvam vidas, ganham guerras e libertam países.