quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Gerando Novos Leitores de Quadrinhos - II


Faz algum tempo que publiquei aqui neste blog um post intitulado "Gerando novos leitores de Quadrinhos" defendendo a ideia de se doar gibis de forma voluntária, “deixando o gibi esquecido” em praças, shoppings, lugares públicos etc.
O conceito defendido é atingir os seguintes objetivos:

1) Gerar novos leitores de quadrinhos – levando em conta o pressuposto de que muitos leitores não lêem por falta de oportunidade, e, ao gerar essa oportunidade transformar o potencial leitor em um leitor - e consumidor – de fato de quadrinhos.

2) Gerar vendas de quadrinhos – entendendo que esse movimento seria feito também através da compra de gibis de banca, não somente com a doação de gibis que o doador teria disponíveis em casa. Se para doar é preciso comprar, a doação gera vendas de quadrinhos também.

3) Ao gerar vendas e novos leitores, abrir novas possibilidades para o quadrinho nacional que é essencialmente adulto. Gerar novos leitores então junto ao público infantil, e, para tal, fomentar a produção desse tipo de quadrinho – infantil e infanto-juvenil – e consequentemente abrir novas frentes de trabalho para os quadrinistas nacionais.

Pois é. Parecia tudo perfeito quando comecei a pensar nas objeções (algumas estão no post acima mencionado na parte dos comentários).
Uma delas diz respeito à ideia de que se doar ou largar numa praça um gibi num país com muitos analfabetos seria uma ideia ruim. Bem, o quadrinho por possuir imagem em sequência está no meio do caminho do entendimento, e, por isso mesmo, pode gerar não só novos leitores, mas novos alfabetizados movidos pela curiosidade de perceber o significado de uma aventura em quadrinhos.
Ou seja, a HQ pode muito bem ser o motor para esse aprendizado tão fundamental.

Outra é a de que os gibis seriam recolhidos e vendidos em sebos. É verdade, faz sentido, mas isso pode ser resolvido se danificando ou riscando a capa do gibi. Com essa providência o mesmo já perde grande parte do seu valor de revenda sem perder as suas propriedades.

Desisti da ideia de dar um nome ao movimento de se doar gibis pois entendi ser desnecessária.

Uma vivência
Tenho comprado gibis para deixar por aí quando vou comprar jornal. Deixo em algum lugar e sigo em frente, não esquecendo  de riscar a capa, para que o mesmo perca o valor de revenda.

Outro dia, achei em casa um quadrinho belga que não queria mais. Levei comigo ao mercado e o deixei sobre a mesa de um café ainda fechado. Sempre ouvi dizer que os gibis largados são rasgados ou jogados no lixo, e que isso seria o suficiente para desacreditar essa ideia. Pois é, eu estava saindo do mercado e passei em frente ao café, agora em funcionamento, e numa mesa haviam fregueses e um deles folheava com muito cuidado o gibi que eu havia lá deixado.
Sinceramente, achei que valeu a pena.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Ilustração e Ar Condicionado

por Tiburcio

Fazia muito calor naquela tarde. O relógio da praça marcava 39 graus e José, o editor, estava a caminho de uma reunião de trabalho. De terno e gravata, pensou – “Vou pegar um táxi!” – e fez sinal ao primeiro que apareceu.

Definido o destino, o motorista iniciou a corrida. Mas José achou algo estranho: as quatro janelas estavam abertas, e o vento quente entrando por elas o incomodava.
Decidiu então perguntar – “O senhor não pode ligar o ar condicionado?” – arriscou.

”Ar condicionado?” – respondeu o chofer – “Isso é bobagem, moço! Só faz encarecer a manutenção do meu táxi! É Jogar dinheiro fora.”. E continuou: “Sinta a brisa pela janela. É natural e muito mais saudável!”.

José, editor de livros, às voltas com custos o tempo todo, sabia que a principal motivação do motorista que o conduzia era financeira. O que importava ali era o dinheiro que ele estava deixando de gastar. E enquanto “sufocava” no banco de trás daquele táxi quente, pensou no que havia lido sobre outro assunto em um blog de ilustração(*).

Acontece que muitos editores de livros e jornais ainda pensam como aquele motorista de praça, só que a respeito de ilustração. Acreditam que a ilustração encarece uma publicação e por isso preferem não usar desse recurso. Mas ilustração realmente encarece um livro, ou o enriquece? Ilustração agrega valor ao texto, significado também, além de facilitar o entendimento. Deixa o livro muito mais bonito.

E alguns editores acreditam mesmo que seus livros podem prescindir de ilustrações, igual ao chofer com relação ao ar condicionado. Eles não percebem – editores e chofer – que pensando e agindo assim restringem o volume de possíveis interessados no que desejam vender. O ar condicionado seria um custo extra perfeitamente dispensável se não provocasse no passageiro a sensação de prazer e conforto. Sem esse elemento, a sensação de desconforto fez com que José pensasse – “Que corrida! Com certeza não vale o que vai dar no taxímetro!” – e achasse que estava pagando caro pelo serviço. Coincidentemente, muitas vezes é esse sentimento – “Esse livro é muito caro!” – que faz uma obra não ser comercializada de forma bem sucedida.

Um livro que custe R$ 40,00 com ilustração é mais barato aos olhos do leitor do que o mesmo livro sem ilustração. E essa percepção do leitor é preponderante na hora da concretização da venda, já que a ilustração agrega valor. O leitor está levando mais quando compara a opção ilustrada. Consequentemente, o livro venderá mais, já que oferece mais.

José chegou à sua reunião fumegante. Enquanto tomava uma água, repensava sua opinião sobre o uso de ilustração em seus livros. Porque se esse recurso faz o livro ficar mais atraente e confortável dentro do universo da leitura, não seria lógico utilizá-la com maior frequência? Passou a enxergar a ilustração com outros olhos.

Na saída do encontro, outro táxi, este com ar condicionado, veio buscá-lo. “Ah... temos de dar mais prazer ao nosso leitor!”, pensou ele.

Pois é: dê mais prazer ao seu leitor e venda mais livros! Use ilustração!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Ilustrações para "O Leão Jujuba" de Carlos Figueiredo

Estas são algumas das ilustrações que produzi para o livro independente  
"O Leão Jujuba" de Carlos Figueiredo que em breve será lançado aqui no RJ.

A ilustração valoriza o autor independente pois ajuda a obra a
ser vista e notada, inclusive nas estantes das livrarias.
Agrega valor ao livro e o faz mais atraente.
Você poderá ve-las em tamanho maior clicando sobre elas.

Mais ilustrações na Galeria de Literatura Infantil  clicando aqui.








terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ilustrações para livros independentes

Hoje falarei de ilustrações produzidas para autores independentes. São em geral jovens ou novos autores que decidem por conta própria editar seus livros. Hoje em dia isto é mais fácil devido aos novos recursos gráficos como  a impressão por demanda onde o autor pode ir imprimindo sua obra aos poucos até poder investir mais em uma edição de milhares de exemplares.

Abaixo você poderá ver ilustrações já produzidas. Elas aparecem em tamanho reduzido.
Para ver em tamanho maior, basta clicar sobre elas.

"A Menina Mão de Sôro" de Hans Joseph Nina Hohn




"Roda do Bem" de Fábio Costa


 "O AZUL" de Carlos Figueiredo

 Como você pode ver e constatar as ilustrações são bem acabadas e coloridas de forma profissional , o que valoriza o produto final, ou seja, o livro independente que fica mais bonito e atraente.
Em breve publicarei as ilustrações mais recentes.
Para solicitar um orçamento clique aqui.
Para visitar o site onde exponho outros tipos de trabalhos também envolvendo ilustração e quadrinhos, clique aqui.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Pequenas Editoras, Novos Autores e a Ilustração como ferramenta de incremento de vendas e de leitura.

por Tiburcio*

Alberto é um autor desconhecido em busca de editora. Não é necessariamente jovem, mas apenas nunca publicou um livro seu. Alguns artigos, um blog, coisas simples. As dificuldades para Alberto são enormes pois além de ser desconhecido, precisa ter um bom trabalho escrito para vencer os impedimentos naturais e conseguir publicar a sua obra.

José é um editor. Sua editora é pequena e como toda editora desse porte, sofre com as desvantagens em divulgação e falta de capital para imprimir uma grande tiragem. Tem também as dificuldades naturais de atrair para sua casa um autor famoso que seja sinônimo de vendas.

Um dia José conhece o trabalho de Alberto . Ambos ficam felizes, pois o que um escreve o outro deseja editar. Melhor que isso seria se a editora de José pudesse ter uma expectativa maior do retorno e das vendas. Aí então, com certeza fecharia um contrato com o novo e promissor autor!

Mas o que falta a eles? Por que não vão adiante? O “Mercado”, admite José, é cruel com novos autores e pequenas editoras. Isso sem falar nos problemas normais que envolvem a edição de um livro. O designer da casa é competente e o livro ficaria com certeza muito bonito se fosse editado. Mas isso é o bastante? Se fosse possível se ter um it, um algo mais que fizesse os leitores de todas as idades – ou de uma faixa etária específica – se encantarem, não seria melhor? E o que seria isso?

”Vamos fazer um CD, um DVD para ir encartado!” - é uma opção levantada para fazer do livro algo mais atraente, só que esse recurso sai da esfera do livro (papel) e pode ficar caro de produzir.
A Editora como sabemos, é pequena.

Perguntarei então a José e Alberto que tipo de recurso se utiliza desde as mais remotas eras para se promover um texto ou uma idéia. Qual seria? Minha resposta é evidente: É a Ilustração. Eu sou um ilustrador. Me permitam, defender essa idéia portanto.

Durante séculos a grande maioria da população da Europa era analfabeta. E foi nesse contexto, que o Cristianismo baseado em um livro chamado ”A Bíblia” (um grande sucesso de vendas) usou de ilustração para divulgar seus preceitos. Basta entrar em um antiga igreja e lá estão os vitrais que foram concebidos para que os iletrados compreendessem melhor as passagens bíblicas. Sem esse recurso da imagem, tudo ficaria muito abstrato e de difícil assimilação.

Porém hoje não estamos muito longe desse contexto, apesar do volume de alfabetizados ser bem maior. É que esse distanciamento do texto corrido para com o possível leitor se dá em função da alta tecnologia de que dispomos hoje. Ou será que um possível leitor de livro que veja em “AVATAR” (um filme em 3D) algo natural, aceite de bom grado e sem reclamar um livro de 200 páginas de texto corrido? Que dirá comprá-lo! Pode até acontecer, se ele tiver sido educado para tal.
Mas o objetivo de José e sua editora é conseguir leitores novos e ampliar a sua fatia no mercado, e assim vender mais livros. Então, coloquemos nesse livro ilustração: Será que o impacto no jovem leitor não será mais atraente – inclusive para a compra do exemplar quando sair do cinema - já que ele está desacostumado ao texto puro e simples?

Vou um pouco mais além: Um paradigma muito justo – “ O que vende o livro é o design” – eu concordo em parte com ele. Sem design não dá, caímos na questão “avatariana” que mencionei antes. Mas “Design” não implica necessariamente na utilização de ilustração de forma mais exclusiva, muito pelo contrário. É provável que apenas uma fração muito pequena dos designers profissionais recomendem abertamente a utilização de ilustração em livros.
Nesse caso específico eu peço licença e me dirijo a Alberto – o autor – e a José – o editor – que são os maiores interessados no sucesso do livro que pretendem publicar.

O investimento em ilustração é muito pequeno perto do retorno que pode dar em vendas. Ilustração não é um serviço caro de se contratar, o preço varia muito de artista para artista e é possível com um pouco de persistência encontrar fornecedores que encaixem seus preços no seu orçamento. “Vou levar esse porque tem figuras “ é uma frase que vai ser ouvida na livraria quando você colocar ilustração no seu romance, na sua ficção, na sua poesia. O resultado que decorre da utilização de ilustração numa obra vai da riqueza que se agrega à obra, da facilidade do entendimento da mesma, e por fim, um complemento que só a esse recurso é capaz de dar a um livro: o da emoção. Emoção que só um ilustrador interpretativo concebe.

Em tempo: ilustrador interpretativo é aquele ilustrador que gosta de ler, por isso lê a obra e a ilustra com riqueza de sentimento e detalhes.
Nesse caso, estou falando não de uma ilustração decorativa para enfeitar o livro, mas de duas artes independentes – o texto e a ilustração – em um dueto afinado, encantando o leitor com suas vozes em uníssono.

Vamos vender livros? 

(*) Tiburcio é ilustrador, quadrinista e ocasionalmente escreve sobre quadrinhos e ilustração.
Este texto foi publicado originalmente no antigo Tiburcio Illustrator Blog em 2010.

domingo, 1 de janeiro de 2012

O Grilo e a Sereia Nica - de Helival Rios

Um trabalho que executo com alguma freqüência é ilustrar livros infanto-juvenis e infantis de autores novos, pouco conhecidos ou independentes.  Aqui temos mais um livro que saiu impresso pela editora Pingo de Letra , trata-se de "O Pequeno Grilo e a Sereia Nica" de Helival Rios.
Abaixo vemos algumas ilustrações que fazem parte do livro:
Basta clicar para ver em tamanho maior.


 
Para adquirir a obra basta acessar a livraria virtual Asabeça e fazer o seu pedido.