por Tiburcio
Fazia muito calor naquela tarde. O relógio da praça marcava 39 graus e José, o editor, estava a caminho de uma reunião de trabalho. De terno e gravata, pensou – “Vou pegar um táxi!” – e fez sinal ao primeiro que apareceu.
Definido o destino, o motorista iniciou a corrida. Mas José achou algo estranho: as quatro janelas estavam abertas, e o vento quente entrando por elas o incomodava.
Decidiu então perguntar – “O senhor não pode ligar o ar condicionado?” – arriscou.
Decidiu então perguntar – “O senhor não pode ligar o ar condicionado?” – arriscou.
”Ar condicionado?” – respondeu o chofer – “Isso é bobagem, moço! Só faz encarecer a manutenção do meu táxi! É Jogar dinheiro fora.”. E continuou: “Sinta a brisa pela janela. É natural e muito mais saudável!”.
José, editor de livros, às voltas com custos o tempo todo, sabia que a principal motivação do motorista que o conduzia era financeira. O que importava ali era o dinheiro que ele estava deixando de gastar. E enquanto “sufocava” no banco de trás daquele táxi quente, pensou no que havia lido sobre outro assunto em um blog de ilustração(*).
Acontece que muitos editores de livros e jornais ainda pensam como aquele motorista de praça, só que a respeito de ilustração. Acreditam que a ilustração encarece uma publicação e por isso preferem não usar desse recurso. Mas ilustração realmente encarece um livro, ou o enriquece? Ilustração agrega valor ao texto, significado também, além de facilitar o entendimento. Deixa o livro muito mais bonito.
E alguns editores acreditam mesmo que seus livros podem prescindir de ilustrações, igual ao chofer com relação ao ar condicionado. Eles não percebem – editores e chofer – que pensando e agindo assim restringem o volume de possíveis interessados no que desejam vender. O ar condicionado seria um custo extra perfeitamente dispensável se não provocasse no passageiro a sensação de prazer e conforto. Sem esse elemento, a sensação de desconforto fez com que José pensasse – “Que corrida! Com certeza não vale o que vai dar no taxímetro!” – e achasse que estava pagando caro pelo serviço. Coincidentemente, muitas vezes é esse sentimento – “Esse livro é muito caro!” – que faz uma obra não ser comercializada de forma bem sucedida.
Um livro que custe R$ 40,00 com ilustração é mais barato aos olhos do leitor do que o mesmo livro sem ilustração. E essa percepção do leitor é preponderante na hora da concretização da venda, já que a ilustração agrega valor. O leitor está levando mais quando compara a opção ilustrada. Consequentemente, o livro venderá mais, já que oferece mais.
José chegou à sua reunião fumegante. Enquanto tomava uma água, repensava sua opinião sobre o uso de ilustração em seus livros. Porque se esse recurso faz o livro ficar mais atraente e confortável dentro do universo da leitura, não seria lógico utilizá-la com maior frequência? Passou a enxergar a ilustração com outros olhos.
Na saída do encontro, outro táxi, este com ar condicionado, veio buscá-lo. “Ah... temos de dar mais prazer ao nosso leitor!”, pensou ele.
Pois é: dê mais prazer ao seu leitor e venda mais livros! Use ilustração!
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